sexta-feira, 9 de abril de 2010

Fisiocracia

2 DESENVOLVIMENTO

2.1 Origens e definição

O termo fisiocracia advém da escola fisiocrática, fundada no século XVIII, que é considerada a primeira escola da economia científica. Surgiu com o intuito de se opor as políticas mercantilistas que desempenhavam um papel intervencionista na economia e acreditavam que toda riqueza de um estado ou nação era obtida através do acumulo de metais preciosos como ouro e prata. Essa oposição era devida a idéia contrária da fisiocracia que consideravam a agricultura como fonte original de toda riqueza, porque somente ela permitia larga margem de lucros sobre um investimento pequeno. A terra era a única verdadeira fonte das riquezas. As outras formas de produção estavam meramente transformando produtos da terra, com menor margem de lucro.

Os pensadores fisiocráticos consideravam o sistema econômico como um "organismo" regido por leis intrínsecas (pela ordem natural das coisas), sendo elas assim, cientificamente relevantes. Assim, se os homens não colocassem obstáculos a essas leis a sociedade iria se configurar segundo um desenho necessário, com leis que irão se impor automaticamente à todas as pessoas.

Os fisiocratas surgiram na França com final do mercantilismo, por volta de 1756, com dois pensadores principais: Fraçois Quesnay e Jacques Turgot. Apesar de ter sido um movimento de oposição ao mercantilismo, a fisiocracia não se afastou totalmente do feudalismo, pois a França era um país essencialmente agrário.

Segundo esta escola, a sociedade pode ou não existir, mas existindo traz vantagens as pessoas que não poderiam ser obtidas de outra forma. Uma destas vantagens é a troca de mercadorias, que pode reduzir e integrar as atividades econômicas dos homens. Esta realidade é o ponto de partida da análise fisiocrática.

2.2 Pensadores e trabalhos realizados?

2.2.1 Quesnay

Quesnay (1964-1774) era francês, economista e médico da corte. Era considerado o líder dos fisiocratas. Seu sistema foi exposto através do Tableau de Économique (Quadro Econômico) que mostrava através de esquemas a relação entre os setores da sociedade e as classes econômicas, e os fluxos de pagamentos que ocorriam entre eles. Esse quadro foi usado para criar o conceito de equilíbrio econômico, usado até hoje nas análises econômicas.

A metodologia e os princípios políticos do sistema fisiocrata de Quesnay baseavam-se na doutrina da Lei Natural. Os pontos fundamentais da doutrina eram o pensamento de que o governo não deveria interferir nas operações econômicas, as quais deviam ser deixadas seguir livremente as leis econômicas naturais, e a crença de que a terra é a fonte de toda riqueza.

2.2.2 Turgot

Jacques Turgot (1727 -1781) foi um economista francês cuja obra é considerada um elo entre a fisiocracia e a escola de economia clássica. Aplicou com grande sucesso uma série de medidas destinadas a racionalizar a economia. Defendeu o livre comércio e a interdependência entre as diferentes classes econômicas. Devido ao sucesso, foi nomeado ministro-geral das Finanças.

Turgot tentou introduzir a teoria dos fisiocratas na economia da França propondo mudanças no sentido de reduzir os gastos da corte, libertar o comércio de taxas e de aduanas internas cobradas pelo Estado e por particulares, aumentar os impostos sobre a terra e aliviar a carga fiscal dos camponeses (abolir a taxa que os camponeses tinham que pagar por trabalhar). Além de apoiar a liberdade religiosa.

Suas propostas iam diretamente contra os interesses da burguesia e do clero lhes tirando certas mordomias e privilégios o que causou múltiplos protestos dos grandes proprietários de terras. As classes privilegiadas planejaram a sua queda, usando cartas forjadas e a influência da rainha Maria Antonieta e assim Em 1776 Turgot foi afastado, menos de dois anos após subir ao cargo e os principais fisiocratas foram exilados.

2.2 Contribuições?

É a partir da Fisiocracia que a atividade econômica passou a ser tratada cientificamente. Segundo RIMA (1977, p. 81) “O trabalho de Quesnay e seus discípulos marca o início da Economia como disciplina. Usando o processo de abstração, foram os primeiros a procurar a existência de leis gerais de acordo com as quais os fenômenos econômicos se comportam. Fechando o hiato entre a vontade livre e o Direito Natural que Há tanto tempo dividia a Teologia e a Ciência, estabeleceram o alicerce para o estudo sistemático de fenômenos sociais em um nível empírico. Os fisiocratas lidavam com fatos, os fatos de uma sociedade doente de abusos, já às vésperas de uma revolução; e dessas observações formaram sua teoria de uma economia funcionando de maneira ideal, que automaticamente tenderia a conseguir resultados ótimos não fossem os distúrbios introduzidos pelos seres humanos sem conhecimento a respeito da ordem natural. (...) criaram mais terreno para Adam Smith e todos os que seguiram e que usaram o método dedutivo.”

Embora a teoria da fisiocracia tenha uma série de limitações, foi de grande importância para a economia científica, visto que foi tomada como ponto de partida para a criação da teoria clássica de Adam Smith.

2.3 Curiosidades

Fisiocracia significa etimologicamente "governo da natureza" ou "lei da natureza". A característica de vinculação à natureza levava a tomar a agricultura como base econômica, em oposição aos chamados mercantilistas que colocavam ênfase na indústria e no comércio exterior.

Adam Smith e David Ricardo deram início à Escola Clássica e propuseram grandes alterações ao que havia sido exposto até então pelos fisiocratas e mercantilistas. Ambos surgiram explicando teorias até então nunca abordadas, como a teoria do valor, teoria do lucro, dentre outras alterações.

A fisiocracia não existia em 1750. Entre 1760 e 1770, Paris inteira, além de Versalhes, falava dela. Em 1780, quase todo mundo (exceto os economistas profissionais), já havia se esquecido dela.


Feito por: Marcelo Advíncula

1 comentários:

Anônimo disse...

mais o menos

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