domingo, 12 de dezembro de 2010

BRIC e suas expectativas até 2050

BRIC é uma sigla que se refere aos países: Brasil, Rússia, Índia e China. Países esses, considerados economias em desenvolvimento, que vêm se destacando no cenário econômico mundial e são uma grande aposta para serem potências mundiais nas próximas décadas.

Territorialmente, os 4 países ocupam mais de 25% da área terrestre total e mais de 40% da população mundial. A primeira reunião oficial dos BRIC’s foi realizada em junho de 2009, na Rússia, e seguirá acontecendo uma vez por ano a partir dessa data.

Como agrupamento, o BRIC tem um caráter informal. Não tem um documento constitutivo, não funciona com um secretariado fixo nem tem fundos destinados a financiar qualquer de suas atividades.

A idéia dos BRICs foi formulada pelo economista-chefe da Goldman Sachs, Jim O´Neil, em estudo de 2001. Segundo os estudos e projeções de O’Neil:


O Brasil é o país mais atraente entre as nações do grupo quanto à possibilidade de receber investimentos estrangeiros, pois foi elevado à posição de grau de investimento. Aspectos que contribuem para o crescimento econômico do país:

- grande produtor e exportador agropecuário, sendo sua produção de soja e de carne bovina suficiente para alimentar mais de 40% da população mundial.
- parque industrial diversificado;
- grandes reservas minerais, e com a descoberta da camada pré-sal será auto-suficiente em petróleo e possível exportador;
- apresenta um grande mercado consumidor.

O PIB do Brasil vai apresentar acréscimo de 150% até 2030 e chegará a US$ 2,4 trilhões, o que proporcionará ao país a quinta maior economia do mundo, atrás de Estados Unidos, China, Índia e Japão.


A Rússia será a sexta maior economia do planeta em 2050. Os cálculos apontam que, em 2018, o PIB russo ultrapassará o italiano. Em 2024, será maior que o da França, e, nos anos de 2027 e 2028, a Rússia deixará para trás o Reino Unido e a Alemanha, respectivamente.

Entre os fatores que fortalecem a economia russa estão:


- apresenta grandes reservas de petróleo e gás natural;
- atualmente é o segundo maior produtor e exportador de petróleo do mundo;
- o país conta com a maior reserva de gás natural do planeta;
- apresenta um grande mercado consumidor.


A Índia começou a crescer economicamente em números significativos a partir de 1991 quando o governo do país realizou o processo de abertura econômica, fato que começou a atrair investimentos internacionais.


- possui profissionais qualificados em áreas tecnológicas, principalmente, de informática;
- o país conta hoje com um verdadeiro parque de indústrias de tecnologia, nacionais e estrangeiras.
- apresenta um grande mercado consumidor.


Conforme projeções, a Índia será o único país entre as potências emergentes a crescer acima dos 5% ao ano, a partir de 2030. Já a taxa de crescimento do PIB de Brasil, Rússia e China, a partir de 2030, começará a declinar, ficando na média de 3% ao ano.

A Índia, em 2050, será a terceira maior economia do planeta, ficando atrás apenas da China e dos Estados Unidos. Porém, o país necessita solucionar algumas questões, como por exemplo, a deficiência em infraestrutura e agricultura, além da falta de mão de obra especializada.



Em 1997, a China abandonou o socialismo de mercado e deu início ao capitalismo. Desde então ocorreram várias privatizações dos meios de produção, atualmente 70% da economia chinesa é privada. O país cresceu, nos últimos anos, de 8% a 10,7% por ano, bem superior à média mundial, que é de 4%.

Entre os fatores responsáveis por esse fortalecimento econômico chinês estão:

- apresenta um vasto exército de operários;
- alto investimento em tecnologia e infraestrutura;
- possui vários investidores estrangeiros atuando no país;
- sistema de educação de alto nível, 99,8% dos jovens são alfabetizados;
- Apenas 10% da população vive abaixo da linha da pobreza.

Conforme projeções de O’Nill, em 2020 a taxa real de crescimento da economia chinesa deverá estar por volta de 5% ao ano, enquanto em 2040 este número será ainda menor, por volta de 3,5%. Mesmo assim, eles esperam que o país asiático ultrapasse os Estados Unidos em 2041.



Nada se pode garantir sobre o futuro dos BRICs, pois todos os países estão vulneráveis a conflitos internos, governos corruptos e revoluções populares, mas, se nada de anormal acontecer, é possível prever uma economia mundial apolar, na qual a idéia de "norte rico, sul pobre" poderia vir a inverter ou no mínimo não ter mais sentido.

Obviamente, há vários outros fatores que podem fazer essas previsões não vingarem. Afinal esses países têm problemas estruturais. No Brasil, falta infra-estrutura e há uma carga tributária elevada, além de uma educação geral precária. A China preocupa por causa do seu regime político ditatorial, da devastação ambiental e poluição elevadas e a taxa de nascimento pequena com o conseqüente envelhecimento da população nos próximos anos. A Índia sofre com uma organização social rígida e seus conseqüentes conflitos étnicos e a péssima infra-estrutura. À Rússia pesa um alto índice de criminalidade e corrupção e um baixo índice de natalidade.

Fora os BRIC, outros países são considerados potencialmente fortes e com um futuro promissor nos próximos anos. Entre eles estão, México, África do sul, Indonésia.

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